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Showing posts from October, 2021

THE LOST TAPES Vol. 2

     Robert and Lily were the happiest couple I've ever met. Passing through the street they lived in meant being greeted with dirty paw marks and happy licks all over. They were dogs, by the way, and shared a nice little dog house owned by Lily; Robert slept on the porch because he was too big. I've played with them countless times, and even gifted them some treats from the local pet shop. Robert and Lily brightened plenty of my gray mornings and became real friends.    Lily was la plus douce chienne covered in short caramel fur, and Robert was a huge black dog that resembled Leviathan; and despite their differences, they were perfect for each other, living happily together their whole lives.    On a Monday morning I went to work as always, expecting to play with them on the way, but upon arrival all I found was a very sad Robert silently watching Lily sleep inside the dog house. I called him. "Hey, boy.” He noticed me and walked slowly in my direction. I pet him, but he

THE LOST TAPES Vol.1

   Inventei uma nova modalidade de dança: o viver. Sou Deus. Sou eu quem faz a realidade de mim, tudo o que há em volta é feito de eu e estou farto de mim, tanto que quero me deixar de lado e dizer para ela o que ela é (para mim), como ela é (para mim) e o que significa sua existência (para mim).    Ela não é, ou foi, não, ela não é a primeira musa a me agraciar a poesia com suas formas metafísicas de amor e de beleza, mas com certeza foi a última. Não que não enxergue mais a beleza das musas, mas porque desde que ela apareceu (e se foi) ninguém pôde se comparar, com seus atos, à pessoa que ela deixou em minha memória. É realmente uma moça especial que brilha como o sol, e cheira como as margaridas que planto no quintal de casa: um arbusto que fica lindíssimo na primavera.    [...]Ela a quem presenciei momentos bobos, alegres e também tristes e extremamente enfadonhos. Ela com quem sonho regularmente e enxergo nas damas mais formosas dos romances, e até hoje me faz suspirar feliz saber

um sorriso torto

     Eu estava no ponto de ônibus após um dia terrivelmente cansativo. Tinha caminhado muito, resolvido muitos afazeres, não comi nada e meus níveis de estamina decaíam para números negativos. A enxaqueca me matando como de costume, e as luzes dos faróis na maldita avenida somente pioravam minha situação. Estava morrendo e minha feição carrancuda não espantava somente os espíritos ruins, mas todo e qualquer espírito a minha volta; o pouco descanso que tinha era no longo piscar de olhos, mas mesmo isso doía, pois a poluição faz tudo doer nas metrópoles. Não podia manter os olhos fechados, pois tinha de prestar atenção no ônibus que devia ter chegado há vinte minutos.    Tudo a minha volta parecia estar contra mim. As pessoas falavam alto demais, os carros faziam barulho demais, e todo o resto simplesmente ocupava o espaço de um potencial calmante vazio. Nada parecia salvar aquele dia a não ser minha tão esperada chegada ao lar, acompanhada da aspirina mais forte que encontrasse. Sonhava