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Showing posts from August, 2021

untitled 02

     É tão estranho quando aquilo que parecia ser a única forma de escapar também perde o sentido. Os remédios deviam me ajudar, mas a pilha só cresce dia após dia, um diferente do outro, efeitos conflitantes que fazem o que já estava bagunçado ainda pior. As pessoas parecem mais distantes, ou talvez eu esteja mais distante, mas não muda o fato de que elas também não ajudam. Escrever se tornou o que faço todos os dias por obrigação. Não tem mais aquela graça de antes e agora é só pelo dinheiro, por um dos únicos talentos notáveis que tenho; e a pior parte é que sequer posso exercitar minha criatividade, pois nada deve ser do jeito que eu quero que seja.    Talvez eu tenha chegado ao nível de maturidade que tanto temia. Tudo é sem sal, sem cor, e um exercício terrível de consumação de desejos instintivos. No geral, dói. Dói viver, dói se divertir e o mais prático, o mais simples, acaba se tornando a aparente melhor opção. Por que sair caminhando por aí ...

pink punk

     In the first day of school this one girl really captured my attention: a pretty punk. Not a Lejeune punk, but a lovely anarchist, with short red hair, lip piercing and a dirty jean jacket with a bunch of band patches glued to it. We were the two oddballs everybody was talking about: the goth boy and the punk girl, both ridiculously introvert and shy. No one would talk to us and we wouldn’t say a word to each other, even though I noticed her desperate looks over the shoulder, and am pretty sure she noticed mine too.    The classes were happening and it felt like the teachers were talking gibberish, because I lost all reason to focus on my “skin head girl”, dreaming of love for her liberal ways and an open relationship to last a week, full of sex, drugs and rock’n’roll. Wasn’t long ‘til I started writing about her to put my embarrassment onto paper, and to my surprise, she also pulled up a small and shabby notebook, and I never loved her more than i...