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É tão estranho quando aquilo que parecia ser a única forma de escapar também perde o sentido. Os remédios deviam me ajudar, mas a pilha só cresce dia após dia, um diferente do outro, efeitos conflitantes que fazem o que já estava bagunçado ainda pior. As pessoas parecem mais distantes, ou talvez eu esteja mais distante, mas não muda o fato de que elas também não ajudam. Escrever se tornou o que faço todos os dias por obrigação. Não tem mais aquela graça de antes e agora é só pelo dinheiro, por um dos únicos talentos notáveis que tenho; e a pior parte é que sequer posso exercitar minha criatividade, pois nada deve ser do jeito que eu quero que seja. Talvez eu tenha chegado ao nível de maturidade que tanto temia. Tudo é sem sal, sem cor, e um exercício terrível de consumação de desejos instintivos. No geral, dói. Dói viver, dói se divertir e o mais prático, o mais simples, acaba se tornando a aparente melhor opção. Por que sair caminhando por aí ...